... a um bom amigo de longe que na verdade está mais perto que muitos.
eu tenho muita resistência de falar das pessoas e das coisas de um modo direto e sem usar das minha metáforas para justificar os meus erros, simplesmente não sei dizer "eu gosto", "eu quero" ou "eu sou". até porque isso tudo muda sempre, acho estupidez fazer disso certezas. mas a respeito de outras coisas, como a amizade, eu sou bastante direta, simples e objetiva, até boba e sensível, quase não faço rodeios; gosto e pronto, não gosto, não insista.
registro essas palavras mal escritas em protesto e em incentivo a um amigo que eu gosto muito e que tem me feito companhia nessa minha longa jornada de desapego - das minhas loucuras - , rodolfo viana, o escritor de drops. vou chamá-lo justamente de "escritor de drops" em protesto - que fique bem claro, e em incentivo.
já deve fazer um ano que leio incansavelmente as suas maluquices maravilhosas, e tenho vibrado a cada conto publicado em Piauí ou no O Globo. mesmo ele desmerecendo todos esses méritos, e sendo esse babaca mal agradecido ainda sim me orgulho dele. não só isso, mas também boto o disco riscado, todos os dias, no último volume com a frase "faça alguma coisa decente na sua vida, escreve logo essa merda de livro e me chame para a noite de autógrafos!"
é isso. esse é o protesto. enfim. é para que esse moribundo valorize o dom que "alguém" deu a ele e deixe de ser apenas um escritor de drops.
pego emprestado os reclames de aldous huxley, do lvro "admirável mundo novo" e contextualizo com a conversa que tive com o Rodolfo, esses dias. bom.. só ele mesmo vai entender...
"Os defeitos como obra de arte são consideráveis, para corrigir seria necessário escrever novamente o livro, e durante esse novo trabalho de redação, ao qual me entregaria na qualidade de pessoa mais velha e diferente , destruiria provavelmente não apenas os defeitos do romance, mas também os méritos que ele poderia ter possuído na origem."
pois é, rô, e eu digo, como digo sempre, "atire-se!" o que você publicará será reflexo do que você já foi, do que você já acreditou. registre isso. registre sempre. com a sua verdade e a sua imperfeição, e ainda bem que você não é perfeito.
não escreva para que milhares de pessoas, escreva para você, pois aí sim elas poderão se identificar com algo. mas se não gostarem é melhor, quer dizer que alguma coisa as incomodou.
seja o que você quiser, não é preciso dar nome a sua profissão, mas se quiser diga: "trabalho Rodolfo Viana". ;)
Miss Woolf já dizia "Não se encontra a paz evitando a vida".
quem quiser ler os contos do rodolfo