terça-feira, 26 de maio de 2009

daqueles que já morreram e ninguém viu

o que faz com que os escritores não morram antes de seus personagens serem felizes? pensou ela, enquanto ouvia gritos de socorro, desesperados, dos seus bonequinhos criados para um history board. desinteressada, observava um a um se jogar da janela de um prédio em chamas, construídos para exterminá-los. "não quero mais nenhum deles", resmungou, enquanto o último se sentiu aliviado ao ser apagado antes de ser morto. imaginou um grande vale de cores sem contraste, cujo azul, verde e o resto eram representados de perto um borrão pontialhista. de longe se ouvia pequenos pássaros surgindo no canto superior esquerdo do papel, cortando, no desenvolvimento da paisagem, em uma linha horizontal no vale de cores sem contraste. migravam de encontro à limitação das folhas, sucumbidos pela falta de cenário. "quem quer ver paisagem hoje em dia?",disse se entregando aos braços da poltrona. invadiu de cor monstros arremessados em vulcões de chantily com morango, em atividade , princípes engolidos por dragões nanicos, princesas que entregavam o seu clichê e decidiam por conta própria abandonar a história. "antes eles do que eu",imaginou, observando os rolos de papel gasto, por toda parte do quarto...

2 comentários:

Anônimo disse...

ômi...arruma um pessoal e faz um curta com isso...ficou show...e usa, inclusive, os desenhos como elementos de cena...eu só trocaria os "vulcões de chantily com morango", pq achei que não "rimou" com o que fui imaginando [tô aqui levantando os ombeos...afinal, o roteiro é seu].
:D

Felipe Melo disse...

Independentemente do conteúdo... a forma me agrada... e eh oq importa.

se tirasse alguns pontos a abstração ficaria maior.