2:34
o celular berra de maneira teimosa feito uma criança que chora por comida; ele também chora, por bateria. então eu o desligo, não tenho paciência, não sei cuidar desses objetos. vejo sobre a mesa o novo porta canetas que também é calendário. o velho, antes cinza, também está cinza de velho, e do seu lado o vermelho ávido de 2009. "o que será, que será", desse novo apanhado de meses?
novos folhetos de "assine 3 revistas por um ano e ganhe sandálias" já estão jogados no quintal de casa, junto das minhas revistas do mês; presentes de aniversário de uma pessoa que nem converso mais. isso soa cretino.
no canto, do lado do computador vão se acumulando novas agendas. brindes das empresas. tem de todos jeitos: capas de couro, metalizadas, de plástico, de mau gosto... porém, ainda sim, me perguntam se gostaria de comprar uma melhorzinha. "eu não quero agendas... prefiro os blocos de papel, pequenos e leves." acabaria me perdendo mesmo que os números saltassem na minha frente e as pessoas mais importantes viessem bater na minha porta na hora que eu precisasse. não nego a falta de habilidade, para não dar nome as manias. por enquanto me acomodo na vida assim. "você deveria organizar os seus contatos, jornalista tem dessas... de precisar de pessoas." não contrario.
preciso comprar a minha passagem: "fico um dia antes em curitiba ou não?" eu não quero pensar. eu vou, então decido. é sempre do mesmo jeito, resolvo pular quando resta a última roda do carro para cair no precipício, quando o mesmo não está prestes a cair de vez. isso se chama esperança? inconsequência? imagina... oportunidade.
os finais de ano sempre foram - de maneira estranha - os meus começos e meios. julho é janeiro, dezembro é julho. quanto setembro começa a apontar, os caras que organizam toda essa farra de destino pensam: "tá na hora de mandar um pouco de esbórnea para aquele canto de londrina." no entanto, o significado de "esbórnea" vem bastante alterado, nunca vem com a primeira intenção. chega aqui já feito brisa... manhosa, interessante de qualquer forma.
é desse jeito que vou levando o meu próprio calendário, no meu próprio mundo, junto dos meus tantos "novos" em meio a todos os "finais"- quase de um jeito perigosamente ancião. só que nunca se sabe o que esses velhos são capazes de fazer.
4 comentários:
Dezembro é sempre uma época de exageros: muitas agendas, refrigerantes, choradeira natalina...
Nessas horas eu prefiro seguir o calendário maia... melhor, por que não criar o calendário mya???
Meu Deus!!!!
...mas se eu não te encontrar, bom natal, muito arroz com uva passas (detesto), muita farofa no peru e, se possível, boa virada de ano! pq já que o ano vai ser... enfim, ao menos que a virada seja boa! hahahahahaha
beijo
E não é que no primeiro post já me identifiquei? hehe Vou ler sempre seu blog.
Gostei do seu sistema de calendário europeu. ehehe
Um beijo.
Bruno Silva
http://ladobdocassete.blogspot.com
Postar um comentário