quarta-feira, 4 de junho de 2008

inspirou profundamente e não encontrou nada, perdeu-se o ofato. também ao colocar uma goma de mexerica percebeu que havia perdido o paladar. respirou fundo pelo nariz a fim de resgatar as sensações e usou a imaginação para tentar ajudar. nada. o mesmo fez com as lembranças para estimular os sentimentos... lembrou que tentou tomar banho em um chafaris, no centro, num dia frio qualquer, mas nada aconteceu, ao contrário achou estupido. chutou uma pedra enorme que havia no caminho, o seu pé aparentemente sentiu, imediatamente ficou do tamanho de uma pata de elefante, no entando, não havia doído, nada sentiu. simulou um berro para xingar quem estava por trás daquilo, mas não saia voz. percebeu também que tudo estava em silêncio... e que ao seu redor não existia ninguém. nunca ninguém existiu, nem ele mesmo. no entanto, plastificado, "emprateileirado", "enlojado", "emundado", "envidado"estava. não percebeu. vendeu a sua alma para um soldado de chumbo de trajes vermelhos em troca do que era antes, e assim permaneceu, de novo "envidado". o silêncio fugiu, mas o soldadinho de trajes vermelho conseguiu abocanhar, e vendeu por cinco almas.

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