quinta-feira, 15 de maio de 2008

II

"o único homem daqui é aquele bonitão alí", indicou com a cabeça um cara que estava aparentemente tímido, encostado no bar. "é... ele é", respondi pensativa.

três anos atrás eu tinha o visto, pela primeira vez, de longe, numa dessas noites latinas que geralmente caiam numa quarta feira. entre tantos, cheios de lábia, outros nem tanto, alguns de olhares lascivos... aquele que se mantinha encostado, quieto, sorrindo ora sim, ora não, mexeu instantaneamente com uma parte de mim. não vou dizer que era paixão a primeira vista, porque não acredito nessas coisas. atração sexual? quem sabe. curiosidades? instintos metafisico, psicológicos... ou sei lá o que... não sei. até porque isso não acontece muito dessas coisas comigo, ainda mais naquela fase estritamente particular, de rebeldia contra si mesmo. "ele tá olhando", disse me cutucando com o cotovelo, enquanto simulávamos passinhos de salsa. "eu sei", respondi de canto de boca. "ele tá te olhando", disse novamente." eu sei", respondi nervosa. "vai, faça alguma coisa!". "não!".

"pena que ele tem namorada", continuou ela desviando o olhar para outro que estava mais próximo. "parece que se gostam bastante", disse me distanciando para o lado oposto do bar.

...

3 comentários:

Helder Cavalcante Jr. disse...

Hahahahaa... Irônica essa tal de vida.

Nathália E. disse...

O certo seria ficar feliz porque eles se gostam muito e blábláblá.
Mas, como ninguém nunca faz o certo, a vontade mesmo é disseminar a discórida entre os dois... muahaha.

Hein? Eu disse isso?
Sei de nada...

Maldito disse...

È Nath,...
Aquela velha mania de ser politicamente correto!