sábado, 26 de abril de 2008

ligou para ele, ninguém atendeu. sozinha em casa, sóbria, como nunca esteve antes; catando as peças de roupas jogadas no meio do caminho, murmurando, desejando. sábado a noite, cds bagunçados, cabelo penteado, unhas pintadas e sem vontade de ver outra pessoa. "ilusões perdidas" de lado; balzac já se acostumou vê-la dramatizar as bobagens da vida. rodopia pelos calcanhares e simula uns passos de dança com os olhos fixos em suas unhas vermelhas dos pés. sente falta dele, o que vai ser do "dele do futuro"?. ele existe, ela sabe, mas finge não ver. o que há com ela? para onde vão todos os bons roteiros criados para os outros e que não sobram, não chegam até ela?

4 comentários:

ROS disse...

Sério? E eu quase nem ouço o last.fm!
Eu fico baixando álbum direto, e tem tanto CD na pasta "pra ouvir" no meu Desktop que nem dá tempo de ouvir tudo.

uau esse seu post parece tão...inspirado. :)

até, minha querida amiga.


PS: Caramba, me ocorreu agora que eu gostaria de escrever cartas, pena que isso saiu de moda...

Nathália E. disse...

Dançar apoiada nos calcanhares, olhar paras unhas do pé e fingir que nada acontece e ao mesmo tempo pensar em tudo e no por quê de tudo... Eu já vi essa cena. Já vivi essa cena.

Ciça. disse...

Tudo que eu queria era que minha vida tivesse um roteirista, sabe?


:*

Alyne disse...

nossa... esse post foi lindooo!
tenho que dizer novamente que somos bem parecidas, mas vc é uma versão melhorada que escreve muito bem!